segunda-feira, 28 de junho de 2010

Projeto da Casa Pia para prevenir abuso sexual envolveu quase três mil crianças



Nacional | 2010-06-28 06:19

Quase três mil crianças e jovens da Casa Pia estiveram envolvidas desde 2005 num projeto de prevenção de abuso sexual, que começou a ser alargado, este ano, aos adolescentes com mais de 15 anos que frequentam a Formação Inicial Qualificante.

Este projeto, implementado após a denúncia de casos de abusos sexuais na instituição que levaram a mais de cinco anos de julgamento, vai ser debatido no encontro intitulado "a Promoção e Educação para a Saúde na CPL: As Boas Práticas na Área da Sexualidade" que começa hoje e termina terça feira.

A avaliação do PIPAS - Projecto Integrado de Prevenção do Abuso Sexual da Casa Pia de Lisboa - foi feita sob a orientação da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa, e os resultados serão apenas apresentados terça feira.

O PIPAS é o projeto da Casa Pia de Lisboa que se enquadra no âmbito dos programas de promoção e educação para a saúde e que visa o desenvolvimento de competências pessoais e sociais e, em especial, a promoção de uma vivência saudável da sexualidade, utilizando o jogo como forma de intervenção.

O objetivo é prevenir o abuso sexual, desenvolvendo um ambiente relacional integrador das vivências individuais e de grupo e facilitador da comunicação em torno da sexualidade.

De 2005 a 2010 o número de crianças jovens a frequentar os estabelecimentos de ensino da instituição e que participaram no PIPAS tem vindo a aumentar gradualmente.

No ano letivo de arranque do projeto (2004/2005) participaram 933 crianças.

Em 2009/2010 houve um aumento ainda mais significativo de crianças e jovens e profissionais envolvidos no projeto devido à adoção do projeto enquanto resposta à nova Lei que estabelece o regime de aplicação da Educação Sexual em Meio Escolar.

Todo o projeto assenta numa metodologia de ação – reflexão, sendo o jogo o ponto de partida para as aprendizagens.

Através do jogo e do brincar são estimulados e desenvolvidos os fatores de proteção como a auto-estima, a auto-eficácia, a assertividade, a empatia, as relações de apego, a capacidade de se colocar no lugar do outro, o juízo moral e a clarificação de valores.

São igualmente trabalhados os fatores de risco com a utilização de intervenções no sentido de reduzir ou eliminar comportamentos comprometedores do desenvolvimento saudável.

Lusa/AO Online